segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Young não vota na nova Mesa Diretora e explica as razões


O vereador Ricardo Young (PPS) não participou da eleição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal vencida pelo petista Antonio Donato (veja mais) nesta segunda-feira (15/12).O colega Gilberto Natalini (PV) também não compareceu.

A decisão de não participar do pleito tem como objetivo honrar os compromissos assumidos no ato da assinatura do Manifesto por mais Produtividade na Câmara Municipal de São Paulo. O documento exige o comprometimento dos candidatos a não derrubada de sessões ordinárias, principalmente do pequeno e do grande expediente, e uso mais racional de instrumentos como o Congresso de Comissões.

Como não houve por parte dos candidatos da nova Mesa a disposição em comprometer-se para que no ano de 2015 a Câmara assuma uma conduta de maior autonomia em relação ao Executivo, dando prioridade aos interesses da cidade, Young e Natalini optaram por não votar na eleição.

Young foi destaque da Revista São Paulo, do Jornal Folha de S. Paulo, deste domingo (14/12). À página 14, em entrevista ao repórter Elvis Pereira, o parlamentar dá detalhes do Manifesto e critica o andamento da Câmara. 


"A CÂMARA TEM ANDADO DE LADO"

Vereadores da oposição se unem para reivindicar em manifesto medidas para que a Casa seja, de acordo com eles, mais produtiva e menos omissa

Seis vereadores esperam que o próximo presidente da Câmara, cujo nome deve ser anunciado nesta segunda (15), torne a Casa mais eficiente, responsável e produtiva.

Os pontos estão no manifesto lançado por eles no dia 2. Descontente, o grupo diz que a Casa tem trabalhado neste semestre "abaixo de suas obrigações mínimas" e é omissa em relação a temas urgentes, como a discussão do Orçamento da cidade no ano que vem.

Um dos idealizadores do documento, Ricardo Young (PPS), 57, que cumpre o seu primeiro mandato, diz que a Câmara tem "andado de lado". Segundo o administrador e empresário, os projetos não têm sido discutidos e as sessões são insuficientes.

Como surgiu a ideia do manifesto?

Desde a votação do Plano Diretor, a Câmara [que tem 55 vereadores] começou a andar de lado. Achávamos que após a eleição voltaria ao normal, mas não voltou. Almocei com o Gilberto Natalini (PV) e com o Mario Covas Neto (PSDB) e surgiu a ideia de fazer o manifesto condicionando o apoio na próxima eleição da Mesa à aceitação dos pontos do documento. Conseguimos a adesão do Telhada (PSDB), da Patrícia Bezerra (PSDB) e do Marco Aurélio Cunha (PSD). Quando fizemos a entrevista coletiva [de anúncio], pegou fogo na Casa. Tentaram ridicularizar, mas viram que o gato tinha subido no telhado.

Ridicularizar como?

Disseram que era uma bobagem, que reiterava pontos do regimento. Dissemos: "É isso, vocês não respeitam sequer o regimento".

Qual a consequência disso?

A população fica à mercê de um Legislativo vulnerável. Ao retirar instrumentos, elimina-se a política do processo legislativo e começa a valer a vontade imperial, seja a do prefeito, seja a da base dele.

Sente-se envergonhado pela omissão, pela falta de produtividade?

Não, pois exerço meu mandato como tem de ser exercido. Fico envergonhado pelos meus pares. Não fico envergonhado... Lamento que não possamos ter políticos mais comprometidos, mais responsáveis. Não são irresponsáveis em relação à função de vereador, e sim à perspectiva da importância do Legislativo para o processo. É como se fosse "não é comigo, é com o meu partido".

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