terça-feira, 11 de junho de 2013

Vereadores repudiam ausência de José Maria Marin na Comissão da Verdade


Na manhã desta terça-feira (11/6), os vereadores membros da Comissão Municipal da Verdade questionaram a presença do presidente da CBF, José Maria Marin, na entrega do título de Cidadão Paulistano para Joseph Blatter, presidente da FIFA, em sessão solene realizada na última segunda-feira. Marin não havia aceitado o convite para prestar depoimento na Comissão da Verdade, que é presidida pelo vereador Gilberto Natalini (PV). 

A alegação era falta de agenda, devido ao calendário da Copa. No dia anterior à reunião, no entanto, ele conseguiu vir à Câmara, para homenagear o colega. Os membros da Comissão repudiam o ocorrido e destacam que a questão da agenda não seria um problema, pois já alteraram a data das reuniões para receber outros depoentes. 

Ricardo Young (PPS), autor do requerimento que convida José Maria Marin e Ivo Herzog para prestarem seus depoimentos, classificou o ocorrido como “mais um constrangimento para a Câmara”.  Segundo ele, “Marin parece não reconhecer a autoridade da Casa para fazer as investigações, mas se sente totalmente à vontade para comparecer à Câmara para uma homenagem.” Uma cerimônia em que “nem o homenageado estava presente”, destaca Covas Neto (PSDB).

Suspeito de estar envolvido na repressão durante a Ditadura Militar, Marin era deputado estadual pela Arena quando fez dois discursos, em 1975, contra o então diretor de jornalismo da TV Cultura, Wladimir Herzog - 16 dias antes de sua prisão e morte no DOI-CODI. O filho do jornalista, Ivo Herzog, encabeça uma campanha contra a participação de Marin no comando da Copa do Mundo de 2014.

Vala de Perus 

A Comissão ouviu o depoimento de Rui Barbosa de Alencar, superintendente do serviço funerário do município de São Paulo, no segundo ano do governo da prefeita Luiza Erundina. Durante a sua gestão, no ano de 1990, foi descoberta e aberta a vala clandestina do cemitério de Perus, na zona norte da capital.

Na vala foram encontrados mais de 1400 sacos plásticos com restos mortais de mortos não identificados. Acredita-se que grande parte deles eram presos políticos. O trabalho de identificação dos corpos foi feito por peritos da Unicamp através de medições de crânio e comparação de fotos, mas poucos corpos foram identificados.

Para o vereador Covas Neto (PSDB), um novo convênio com a universidade poderia trazer novos dados. “Essa comissão poderia fazer uma nova rodada de identificações”, sugeriu, após Rui afirmar que hoje existem novas tecnologias que facilitam esse trabalho. 

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